Síndrome da Felicidade Clandestina,
o título pode parecer a todos , cara de doença psicológica não é mesmo? ( não se preocupem porque verdadeiramente não é), mas é como defino o meu modo de vivenciar a realidade da paciência, da tolerância e da ausência de ansiedade em minha vida; desta minha “não pressa” em relação a todas as coisas que acontecem e devem acontecer pra mim.
O amor, as amizades, os sonhos e desejos, os planos e todas as coisinhas que pertencem a minha felicidade. Todas ligadas à minha vida pessoal.
É bom deixar claro que em matéria de prazos para negócios, fechamentos e outras pressões inerentes ao exercício diário de qualquer ser humano, sou tão intensa como a maioria dos seres humanos que eu conheço, afinal, a vida não espera tanto assim. Pelo menos os da minha geração, que tiveram o privilégio de concluir um projeto com o tempo sentado ao lado, tambolirando na mesa e marcando os minutos que você tem para chegar a conclusão, aprenderam desde cedo que prazos e atitudes são fundamentais.
No entanto, na minha vida pessoal, em que eu mesma determino meus pensamentos e atitudes, sigo a máxima instituida por Clarice Lispector no seu conto genial – Felicidade Clandestina – um dos meus preferidos, um dos melhores já escritos na língua portuguesa. A que nós brasileiros falamos, ao menos.
O conto, para quem não sabe, conta a história de uma menina que quer muito ler o livro Reinações de Narizinho. Depois de peregrinar dias e dias até a casa da coleguinha que possui o livro, ela finalmente o consegue emprestado e ouve a seguinte frase: “fique o tempo que quiser com ele”...
O tempo que a gente quiser é a melhor medida de tempo que existe...
Daí a minha síndrome de felicidade clandestina.
Espero o tempo que eu quiser para amar, para tomar decisões, para esperar, para refletir, para dizer, para me silenciar, para desistir, para persistir, insistir, acreditar, para tolerar, para conhecer, para vivenciar, para avaliar todas as coisas que constituem o meu viver.
Por causa da síndrome, nunca decido qualquer coisa que seja pelo assopro da incerteza, na fúria de uma discusão, na falta de argumentos verdadeiros; não tomo decisões sem antes ter vivido o silêncio de pensamentos.
Por causa da síndrome, nunca decido qualquer coisa que seja pelo assopro da incerteza, na fúria de uma discusão, na falta de argumentos verdadeiros; não tomo decisões sem antes ter vivido o silêncio de pensamentos.
Não me posiciono pelo o que alguém me disse, deixo que falem, o suficiente para que, ao meu momento de reflexão, não esteja contaminada com os dizeres alheios e possa tirar minhas próprias conclusões.
Também devido ao desejo pelo prazer contido no ato de possuir algo mas só tomar posse de fato quando eu quiser, adio todas as decisões que possam ser precipitadas. Não faço o que desejam, o que me pedem, na hora de quem seja, não compro sonhos e nem decisões antecipadamente.
Muitas vezes, só vivencio algo ou tomo uma decisão, quando estou no dia certo para aquele momento. Pode levar horas, dias ou anos, mas não tenho pressa nenhuma. E nem me adianta apressar ...
Aprendi a viver sob a síndrome da felicidade clandestina depois dos meus 30 anos, depois de muitos erros, obviamente.
Antes disso, tudo era motivo para uma correria desabalada, decisões precipitadas e equívocos, evidentemente.
Mas a passagem do tempo no nosso próprio corpo e espírito é tão sutil, tão no seu ritmo próprio, que com a maturidade veio a certeza de que não adianta correr, por isso, afirmo, não vou decidir, desistir, insistir, perder, ganhar e querer tudo o que eu quero até o dia de minha morte.
Mas a passagem do tempo no nosso próprio corpo e espírito é tão sutil, tão no seu ritmo próprio, que com a maturidade veio a certeza de que não adianta correr, por isso, afirmo, não vou decidir, desistir, insistir, perder, ganhar e querer tudo o que eu quero até o dia de minha morte.
Pelo simples fato de que o amadurecimento da humanidade supera em muito meu tempo de vida...
Então, se não vou ter tudo o quero no exato momento que desejo; e saibam todos hoje, dificilmente eu não tenho o que quero.
assim, nada de errado em escolher, dentro do meu tempo, virtudes primordiais, como a segurança, a verdade, a paciência, a reflexão, a tolerância, o tempo, o silêncio, a tranquilidade, e tantas outras atitudes que me agradam e aprendi a usá-las... por motivos puramente meus, passionais e intransferíveis…
Èrrimas,
A tranquilidade e a paz são as melhores companheiras para uma vida mais feliz ... e com elas, eu fico o tempo que eu quiser ...
Boa Semana a todas ...
Bjos Bjos
Érrima! Fiquei surpresa com seu texto revelador! Porque dá pra perceber a pessoa iluminada que mora em você! Adorei conhecê-la!
ResponderExcluirUm grande abraço!
Querida Lis ...
ResponderExcluirobrigada pelo carinho!!!
um enorme beijo!!!